Aldina Duarte faz um disco improvável, no ano em que celebra 25 de carreira. Este novo trabalho não tem nenhuma letra escrita por ou para si e não inclui nenhuma melodia do Fado Tradicional, matéria poética e musical exclusiva em todos os seus discos anteriores. A capa do CD é uma fotografia sua com 21 anos, idade em que se encantou pela arte que se tornou na segunda grande revolução da sua vida.
A produção musical, que passa pelo conceito, arranjos e sonoridade, são da sua inteira responsabilidade. Aldina Duarte assume a reconstrução e desconstrução de doze fados originais feitos para alguns dos fadistas mais importantes da história do fado, aos quais chama versões, fazendo referência ao nome dos seus criadores na contracapa, neste disco com o título: “Roubados”.
Desta vez, a fadista concebe um disco feito com doze das músicas que considera das mais belas, de sempre e para sempre, na história do fado e da música portuguesa. A beleza e a força das melodias é tal que, em alguns temas, a letra é reduzida para segundo plano, quer pela interpretação dos fadistas, quer pelos arranjos orquestrais.
António Zambujo é o convidado especial deste disco, o cantor que criou à viola a versão do clássico “Foi Deus” que Aldina mais gosta; com quem trabalhou muitos anos no Sr. Vinho, para quem escreve desde o primeiro disco. Juntos fazem um dueto improvável e espantoso, improvisando no fado “Rosa Enjeitada”.
Alfredo Cunha, como a própria Aldina diz “um dos melhores do mundo, que ainda por cima é o fotógrafo do meu 25 abril”, é responsável pela fotorreportagem deste disco; uma incursão ao trabalho de estúdio durante o preciso momento da criação destas versões.