Vinte anos depois da sua estreia nos discos, com “Dreamland”, Madeleine Peyroux continua a sua viagem musical única com “Secular Hymns”.
O disco foi gravado com o trio que a tem acompanhado em palco nos últimos anos – o guitarrista Jon Herington e o contrabaixista Barak Mori – numa pequena igreja na região de Oxfordshire, em Inglaterra. O resultado é uma coleção de canções vivas, onde cada uma é um hino para a autodescoberta.
“A música tem sido a nossa vida espiritual”, diz Peyroux, “por isso vejo estas canções como hinos, hinos seculares, temas que são individuais, pessoais, introvertidos.”
Com a sua voz sedutoramente expressiva, em “Secular Hymns” Madeleine Peyroux interpreta temas de artistas dos blues seminais, como Willie Dixon e Lil Singer, mas também da cantora de gospel Sister Rosetta Tharpe, do inovador do dub reggae Linton Kwesi Johnson, de cantautores contemporâneos como Tom Waits, Townes Van Zandt, Allen Toussaint, do gigante americano do século XIX Stephen Foster, ou ainda uma cantiga espiritual tradicional afro-americana.
Depois de terem participado num evento e tocado ao vivo na igreja situada na zona rural de Oxfordshire, Peyroux e a sua banda regressaram com o objetivo de documentar algum do repertório que tinham vindo a desenvolver na estrada.
Durante três dias a cantora e os seus músicos ali trabalharam, num dos quais deram um concerto gratuito para os habitantes da aldeia, que foi gravado e que resultou neste “Secular Hymns”.
Apesar de se afastar do “tradicional trio de jazz”, Madeleine Peyorux transporta a sua sensibilidade jazzística para o território desta música, captando a celebração e o louvor implícito nestas canções, uma coleção de dez canções que são autênticos “Secular Hymns”.