Após um breve mas inesperado interregno na sua produção, eis o já ansiado regresso dos Katatonia aos álbuns de originais, com "City Burials", porventura o mais belo, intenso e conseguido registo da sua longa carreira. De facto, em atividade desde 1991, nunca como aqui, no seu 11º registo de estúdio, conseguiram os Katatonia erguer uma catedral de sons etéreos, majestosos e meditativos sobre os alicerces daquele metal de pendor apocalíptico tão em voga há 30 anos atrás.
Escutar "City Burials", como o nome sugere, obriga efetivamente a revolver os escombros do que foi e, por entre o entulho, encontrar a semente do que pode vir a ser. A transição - daquilo que definitivamente se perde para o que eventualmente se ganha - nunca é fácil, claro. O que explica os contornos melancólicos deste conjunto de canções, estas memórias que se projetam no caleidoscópio das vivências dos Katatonia e que tocam tão dramaticamente nas de cada um de nós.