Gravado na Catalunha entre Outubro e Novembro de 2017, com produção da própria banda e Santi Garcia, o quinto e homónimo longa duração dos Linda Martini parece não querer perder tempo, a começar pela capa. À eterna questão “Quem é a Linda Martini?” a banda responde com um retrato a óleo da rapariga italiana a quem pediram emprestado o nome no início dos anos 2000.
Depois de “Sirumba” (2016), álbum aclamado pelo público e crítica, o novo disco não se limita à revisão da matéria dada e oferece-nos uma banda com vontade de ir para fora de pé.
“Linda Martini” é abrasivo, trazendo à memória “Casa Ocupada” pela sua urgência e descontrolo, mas revela um equilíbrio cada vez maior desses elementos com o ritmo, a melancolia e o intimismo do seu antecessor. Os Linda Martini de hoje podem ser Rock e Fado, Fugazi e Variações, Fela Kuti e Afrobeat, Tim Maia e Funk, sem nunca soarem a outra coisa que não eles.
Poucas bandas sabem como remexer e criar desconforto à primeira audição. Da harmonia ao caos, do balanço lânguido às cavalgadas épicas. Linda Martini soa a disco feito por quatro cabeças entre quatro paredes, sem medo que se oiça do lado de fora. E isso não é dizer pouco.