"Recife durante os anos 60 era um lugar incrível, excitante e perigoso, frequentemente descrito como uma "selva social". As noitadas de Forró eram realizadas em um salão no bairro da Caxangá, no primeiro andar; com o seu teto alto, piso e balcão de madeira, o lugar era perfeito para esses tipos de eventos. Quando as janelas estavam totalmente abertas, surgia uma maravilhosa brisa durante as calorosas noites tropicais.
Já que todos estavam à procura de diversão, o lugar ficava cheio nos finais de semana. Pessoas de todas as camadas da sociedade chegavam bem vestidas, animadas e conversando alto, sob o som do barulho dos copos.
A cachaça pernambucana, considerada por muitos, especialmente pelos locais, como a melhor do país, começou a rolar solta, a popular bebida alcoólica à base de cana de açúcar fazia jus à sua reputação. "Nós sempre tomávamos algumas lapadas para aquecer antes de tocar e à medida que o lugar ficava lotado já estávamos bastante animados. Nossa cachaça local já havia relaxado os corpos e mentes de todos na sala, as pessoas começavam a se juntar em pares e girar ao som do Forró, sorrindo e deslizando os pés no chão - um costume retirado das danças nas comunidades rurais do interior para evitar levantar a poeira do chão”.