“Mundo” é um disco de viagens, em viagem. Que vai do Cabo Verde de “Padoce de Céu Azul” ao flamenco de “Adeus”, poema de Cabral de Nascimento musicado pelo guitarrista Pedro Jóia, passando pelo tango revisitado de “Caprichosa”, criado por Carlos Gardel em 1930. Na voz de Mariza, com a produção de Javier Limón (regressado depois de “Terra”) atenta às mais ínfimas vibrações de emoção, é fácil acreditar que o mundo é pequeno, e que já não há distância, nem de espaço nem de tempo.
Mariza é Mariza – única, incontornável, insubstituível. O “Mundo” que ela canta é o nosso, sim, do Fado e de todas as músicas que o rodeiam. Mas, sobretudo, é o mundo de Mariza – um mundo que cresceu ao longo de cinco anos sem gravar, um mundo que revela novas paisagens, novos lugares, novas músicas. Como ela o vê. Como ela o canta. Como só este “Mundo” o poderia mostrar.