Natural de Lisboa, Cristina Nóbrega canta desde sempre, num percurso solitário que passa por vários géneros musicais. Mas só no início de 2008 o Fado, descoberta e paixão da juventude, ressurge, por ser neste género musical que encontra a forma mais profunda de expressão e a magia de cantar em português.
Com dois álbuns editados e galardoada pela Fundação Amália Rodrigues com o “Prémio Artista Revelação 2009”, a fadista prepara-se para lançar a 31 de Março o seu terceiro disco, “Um Fado para Fred Astaire”. Com poemas de Tiago Torres da Silva e produção e direcção artística de Pedro Jóia, este álbum inclui, entre outras surpresas, um dueto inédito com a cantora cubana Omara Portuondo.
“Las cenizas de mis canciones”, a homenagem a uma grande cantora.
Quando o projecto musical Buena Vista Social Club surgiu em 1996 com um enorme sucesso mundial, uma voz sobressaía entre todas, a de Omara Portuondo, a voz feminina do projecto. De imediato, Cristina Nóbrega, longe de imaginar que um dia cantar também seria o seu destino, se encantou com essa voz imensa e expressiva. Ouvi-la era uma emoção e uma alegria.
Quando há 5 anos se conheceram, Omara confidenciou que ”já tinha cantado vários géneros musicais mas não tinha ainda cantado um Fado, e que adorava Amália Rodrigues”. A fadista pensou que, com a admiração que tinha por esta excepcional cantora, talvez a vida um dia lhe proporcionasse realizar esse sonho. Quando de novo se encontraram num festival de Jazz em Oeiras em 2012, combinaram gravar um dueto. Surge assim o tema “Las cenizas de mis canciones”, com letra de Tiago Torres da Silva e música de Pedro Jóia, um Tributo a esta grande cantora cubana, tocado com a formação clássica do fado, guitarra portuguesa, guitarra clássica e contrabaixo.
“Há vários anos em concertos pelo mundo, quer em nome próprio, quer com os Buena Vista Social Club, Omara Portuondo anunciou, no início de 2014, que iria realizar a sua última tournée mundial. Com uma enorme devoção pelas grandes cantoras como Amália, Ella Fitzgerald, Sarah Vaugham, Edith Piaf, entre outras, Omara Portuondo, a cantora cubana de turbante, ficará seguramente na história da música contemporânea e é por isso um privilégio extraordinário a gravação deste dueto”, afirma a cantora.