"SIM" foi a Pessoa – por intermédio de Ricardo Reis – que João Farinha pediu emprestado o título para o primeiro álbum em nome próprio, mas criado no "seu" Fado ao Centro. "Sim" percorre os novos caminhos para o fado de Coimbra que o cantor e compositor ensaia há tantos anos quantos os que vive rendido à canção que ama: com novos instrumentos, novas abordagens e novas sonoridades, para cantar as palavras dos poetas, com o amor sempre em pano de fundo, também as mágoas, a saudade e a força que só se encontra num chão semeado de amigos e partilha.
Mas se o caminho é novo, a alma de Coimbra lá está, inteira, "Sim". E também uma magia que é sua e enreda, encanta, como as águas do Mondego e o amor maior, o de Inês, ditos, todos, nas palavras de Pessoa e de Antero, a que se juntam, numa roda de poetas maiores da língua portuguesa, David Mourão Ferreira, Florbela Espanca, Eugénio de Andrade, Mário Cesariny, Ary dos Santos, Miguel Torga.
E também Luís Santos, José Rebola, António Vicente. Todos convocados por João Farinha para este disco que é, para o artista, aqui, a um tempo, cantor, compositor e poeta, a grande aventura a culminar 20 anos de fado de Coimbra, numa dádiva à arte e ao público a integrar originais talhados para serem os próximos clássicos.
"Sim", a proposta artística de um músico em nome próprio – que é uma afirmação incondicional da nobreza e da maioridade de um fado, o de Coimbra, a trilhar caminhos novos e destinado aos palcos do mundo –, aí está para ser amado e partilhado por todos os que não resistem ao som único e à beleza ímpar da canção que nasceu para falar de amor e de saudade, mas também de resistência e de um tempo ainda a haver.