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V/A-SPACE ECHO (2LP)

V/A-SPACE ECHO (2LP)
Título: Space Echo
Género: World 
Formato: 2LP
Editora: Analog Africa
Data de Edição: 2019-11-01
Disponibilidade: Em Stock
Preço: 29,99€
Pontos necessários para comprar: 300
Qt.:  
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Na primavera de 1968, um navio de carga preparou-se para deixar o porto de Baltimore com um importante carregamento de instrumentos musicais. O seu destino final era o Rio de Janeiro, onde a exposição EMSE (Exposição Mundial Do Som Eletrónico) ia ser realizada.

Foi a primeira expo do género a ter lugar no Hemisfério Sul e muitas das empresas líderes no campo da música electrónica estavam envolvidos. Rhodes, Moog, Farfisa, Hammond e Korg, apenas para citar alguns, estavam todos ansiosos para apresentar os seus mais novos sintetizadores e outros dispositivos a um mercado sul-americano com um promissor crescimento, liderado pelo Brasil e Colômbia.

O navio com os bens zarpou na manhã calma de 20 de Março e misteriosamente desapareceu do radar no mesmo dia.

Podemos imaginar a surpresa dos moradores de Cachaço, na ilha de São Nicolau de Cabo Verde, quando passados uns meses acordaram e encontraram um navio fantasma encalhado no meio do nada, a 8 km da costa. Após consulta com os anciãos da aldeia, os moradores decidiram abrir os contentores para ver o que estava lá dentro. Entretanto a fofoca viaja rápido e a polícia colonial depressa chegou ao local e selou a área.

Começaram a surgir imensas teorias, uns diziam que o navio caiu do céu, outros diziam ainda que caiu dum avião porta cargas Russo.

Finalmente, uma equipe de soldadores chegou para abrir os contentores e toda a aldeia esperou impacientemente. O ambiente que se vivia, que tinha sido preenchido com alegria e emoção, rapidamente deu lugar ao espanto. Centenas de caixas, todas com teclados e outros instrumentos que nunca tinham visto antes, e também todos inúteis, já que estavam numa zona desprovida de eletricidade. A deceção era palpável. As mercadorias foram temporariamente armazenados na igreja local e as mulheres da aldeia tinha insistido para que uma solução fosse encontrada antes da missa de domingo.

Diz-se que carismático líder anti-colonial Amílcar Cabral ordenou que os instrumentos fossem distribuídos de forma equitativa em lugares que tinham acesso à eletricidade, o que fez com que tivessem sido colocados maioritariamente nas escolas. Essa distribuição foi a melhor coisa que poderia ter acontecido; teclados prontos a serem usados, num terreno fértil e nas mãos de crianças curiosas, que nascem com um senso inato de ritmo. Isto facilitou a modernização dos ritmos locais, como as mornas, as coladeiras e o funaná, estilo de música altamente dançável que tinha sido proibido pelos governantes coloniais portugueses até 1975, devido à sua imensa sensualidade.

Veio depois a constatar-se que as crianças que entraram em contato com os instrumentos encontrados no navio herdaram capacidades prodigiosas para entender a música e aprender a tocar instrumentos. Um deles era o génio musical Paulino Vieira, que até o final dos anos 70 se tornaria no mais importante compositor.

8 das 15 canções apresentadas nesta compilação foram gravadas com o apoio da banda Voz de Cabo Verde, liderado por Paulino Vieira, o cérebro por trás da criação e promulgação do que é hoje conhecido como "O Som Cósmico de Cabo Verde".

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