Gravado numa tarde fria de Fevereiro, "Fotografia" é o disco mais emblemático do pianista, a primeira edição esgotou numa semana e apenas quatro anos mais tarde saiu a segunda edição.
Numa altura de intensa atividade musical, Marco Figueiredo decidiu gravar este disco apenas numa sessão de estúdio e sem repetir “takes”.
“Estavam cerca de seis graus no estúdio onde gravei, falei com o João Pedro Ferraz (técnico de som) sobre a hipótese de aquecer o espaço, a única que havia era uma lareira, que naturalmente iria crepitar e ficar na gravação, entre não conseguir mexer os dedos e ter um crepitar de lareira no registo fonográfico, optámos pelo conforto climático. Talvez seja o primeiro disco para piano e lareira alguma vez gravado.
Nesse dia toquei tudo o que me surgiu, não quis ouvir nada, tinha concerto à noite e tinha que sair cedo do estúdio, assim que terminei todos os temas que queria gravar e de improvisar seis temas baseados em fotografias que usei como partituras, peguei na mochila, saí do estúdio e fui para o concerto.
Acima de tudo um registo fonográfico, como uma fotografia reflete um momento, único e irrepetível.