"O estudo das línguas crioulas" é a definição académica de “CREOLOGY”, título do 8º álbum de Carmen Souza, mais uma vez com a colaboração de Theo Pascal.
Os dois músicos não se dedicaram a estudar linguística, mas criaram um novo conjunto de canções usando a música crioula, os sons e os ritmos globais que durante séculos viajaram um pouco por todo o mundo com sua gente escravizada.
14 anos depois, com vários álbuns aclamados ao longo do caminho, Carmen Souza e Theo Pascal continuam o seu processo de Creolização, fundindo os elementos culturais tradicionais que herdaram, com outros elementos modernos e mais recentes, como o jazz entre outros. Carmen Souza, filha de cabo-verdianos, veio de uma herança ligada directamente à escravidão crioula e, por outro lado, Theo é filho de um pregador batista português que tinha como missão, nos anos 70, ajudar os africanos a fugir, depois do processo de descolonização e da revolução portuguesa. Theo foi criado ao colo daqueles africanos, que o trataram como um dos seus.
“Creology” é uma viajem numa rota Transatlântica, de países portugueses ex-coloniais como Cabo Verde, Moçambique e Angola cruzando o mar para o Brasil, aterrando depois na costa de Nova Orleães.
Aqui ouvimos ritmos como Batuque, Funaná, Semba, Quilapanga, Marrabenta, sons afro-brasileiros e cubanos a caminho do jazz de Nova Orleans.
“Pretty Eyes”, de Horace Silver, e “Upa Neguinho” de Edu Lobo, são as duas versões deste álbum. As outras 10 músicas são originais e são assinadas por Carmen Souza como letrista e Theo Pascal como compositor. O álbum foi gravado entre Londres e Lisboa, em formato Trio, com um colaborador de longa data, o baterista e percussionista Moçambicano Elias Kacomanolis, e a baterista convidado Zoe Pascal.
“CREOLOGY” não é sobre a tristeza, mas sim sobre a alegria do povo crioulo, a sua música, a sua cultura, a sua filosofia de vida e os seus laços.