Gravado em Coimbra, no Convento São Francisco, em 2020, "Entre Paredes" é uma emocionante homenagem à música portuguesa com o nome de Carlos Paredes.
18 anos depois de ter lançado "Ao Paredes Confesso" (2002), Bernardo Moreira prepara-se, assim, para editar com um sexteto de luxo, e em registo de conclusão, a forma como tem sido ouvinte da obra do guitarrista Carlos Paredes.
"Tive umas incursões pela música popular, pelo fado de Coimbra, e comecei a sentir que a minha maneira de ouvir o Carlos Paredes tinha mudado", disse Bernardo Moreira, 55 anos, nascido numa família com longa ligação ao jazz, em declarações à Agência Lusa no início de 2021.
O contrabaixista demorou três anos a concretizar o álbum, entre a escuta renovada dos temas de Carlos Paredes, o trabalho de apropriação e composição e o tempo de gravação, que foi adiado por causa da pandemia da covid-19 e que só aconteceu em novembro passado, no Convento São Francisco, em Coimbra.
Esta cidade, onde o contrabaixista tem ligações familiares, e onde Carlos Paredes nasceu a 14 de fevereiro de 1925, está também impregnada no novo disco.
"A minha vontade era de escolher músicos todos eles com experiências também na música popular portuguesa e o nosso esforço era ir ao encontro do Carlos Paredes em vez de obrigar o Carlos Paredes a vir ter, na altura, com um sexteto de jazz. Acho que este disco é muito diferente do outro, porque tem esse caminho inverso em que somos nós que vamos para esse território".